Este estudo tem como objetivo identificar traços culturais em uma organização pública federal pertencente ao Poder Judiciário. A cultura de uma organização tem influência marcante nos processos de mudança e de modernização, na gestão de pessoas e no seu desempenho. Verificou-se que os aspectos culturais da relação com o poder revelam forte hierarquia, baixa participação do servidor nos processos decisórios, resistência moderada às mudanças, sentido no trabalho realizado na área-fim e distância entre os gabinetes e os demais setores da organização. A cultura da qualidade é percebida pelos servidores, porém é afetada por uma forte pressão pela quantidade. A descontinuidade administrativa gera desconfiança quanto à real efetividade dos projetos apresentados em cada gestão. A motivação é vista como alta quando o servidor ingressa; com o tempo, ela decai e o comprometimento é visto como característica pessoal, com pouca influência do ambiente. Quanto ao prazer e ao sofrimento no trabalho, existem inúmeras situações descritas como geradoras de insatisfação, porém, paradoxalmente, há um alto grau de vaidade e orgulho institucionais.