TítuloImprensa investigativa: sensacionalismo e criminalidade
Autor(es)Naves, Nilson Vital
Data de publicação2003
ResumoDebate as relações entre a imprensa e a Justiça. Destaca o fato de que a imprensa pode contribuir com a Justiça. Em certas circunstâncias pode constituir o único modo de trazer à tona situações ou fatos até então ignorados ou descuidados pela autoridade competente. O ato ilícito, seja nas máquinas administrativas federal, estaduais e municipais, seja no setor privado, e a criminalidade organizada, cada vez mais poderosa e mais bem aparelhada, exigem mecanismo investigador – do Ministério Público e das forças policiais de todos os níveis - muito mais amplo do que a capacidade existente. Nessas condições, a imprensa investigativa ocupa lacuna que é de interesse geral ver preenchida. Basta lembrar as várias investigações levadas à cabo pelos meios de comunicação brasileiros, a respeito de faltas na administração e até de crimes mais graves, demonstram como essa atividade pode ser benéfica. Destarte, não se nega que a imprensa investigativa tenha papel relevante, o que se critica é o fato de que em certas ocasiões apresenta inconvenientes, dos quais o mais sério, sob a ótica do julgador, encontra-se nos casos em que a notícia transcende a apuração e divulgação dos fatos e invade o terreno do Judiciário. Desse modo, não é correto que a notícia leve a coletividade a concluir pela culpabilidade do acusado antes do pronunciamento judicial, numa inversão na mente das pessoas da ordem das coisas. Também é necessário se atentar para o caso do sensacionalismo, que, ao ser explorado pela mídia nos casos de investigação, pode descambar em “denuncismo”.
NotasPalavras proferidas na abertura do Seminário Internacional Imprensa Investigativa: Sensacionalismo e Criminalidade, Brasília, 7/11/2002.
- Texto de autoria de Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
AssuntosImprensa
Ministro de tribunal, discursos, ensaios, conferências, Brasil
Criminalidade
Justiça
EditoraCentro de Estudos Judiciários (CEJ)
FonteRevista CEJ, Brasília, v. 7, n. 20, p. 6-8, jan./mar. 2003.
TipoArtigo de revista
Ao citar o item, usehttp://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/1032